Margen Negado
Résumé
Como elemento fronterizo, los muros urbanos, ocupan el lugar del entre e instauran en las áreas en las cuales están insertados sus territorialidades ambiguas de pertenencia y de exclusión simultáneamente. Se trae específicamente a este texto el Muro de la Av.Mauá, ubicado en el borde del área portuaria de la ciudad de Porto Alegre-Brasil. Este no monumento se constituye en una línea, un dibujo, un objeto tridimensional planar y longitudinal, cuya pertinencia de su construcción en la década del 70, del siglo pasado y de su actual permanencia en el 2021, está conectada al imaginario colectivo de historias, las cuales se sobreponen hace más de dos siglos y a las decisiones políticas específicas que redimensionan de qué forma ocupamos y practicamos en el día a día nuestra pertenencia a las áreas citadinas. Su interferencia en el paisaje urbano es absolutamente contundente en la medida que este muro se impone como una fractura para la percepción de las conexiones existentes entre los diferentes biomas de la ciudad de Porto Alegre-Brasil y sus espacios de convivencia pública. Si para muchos él permanece invisible, naturalizado y solitario en su extensión y nos protege de la invasión de las aguas, para otros la aproximación se hace necesaria para a partir de la percepción de su materialidad cuestionar la importancia de su permanencia o la necesidad de su caída. Así, su existencia hace que la ciudad niegue de forma contumaz no solo su vocación de puerto, sino sus aguas, su borde líquido y, sobre todo, niegue tener generosidad al mirar el otro lado de la orilla y, de esta forma, rescatar una ciudad que se proponía ser otra antes del muro.
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