The Black Heroine in the Mirror: crossing the threshold of the specular image, the esoteric journey and the encounter with the annihilating I in Jordan Peele’s Us

Resumo

Usando a estrutura conceitual do estágio do espelho estabelecida por Lacan para descrever a ancoragem inicial do tema, este artigo procura interrogar o espelho como o local de uma elaboração secundária da jornada do herói que segue sua articulação tradicional delineada por Joseph Campbell em O Herói do mil rostos. Se o objetivo do herói clássico, como sugere Campbell, é deixar o berçário que representa o confinamento do sujeito na triangulação edipiana, este estudo propõe que a liberação bem-sucedida do herói do berçário o veja entrar em outro berçário onde está o mundo do herói, concebido como uma série de berçarios infinitamente aninhados sem saída. O espelho e o limiar especular que o espelho genera se tornan o ponto de partida exemplar para a elaboração secundária da jornada para a qual a heroína negra é a aventureira ideal. Não é de admirar que Us de Jordan Peele esteja repleto de espelhos que funcionam como significantes cinematográficos para portais que afetam o deslocamento do sujeito, não para um mundo exterior de pais agressivos e mães ideais impossíveis de obter; mas antes, em um encontro íntimo consigo mesmo, um encontro precipitado pelo espelho, onde o objetivo da viagem, que só pode ser revelado pela heroína negra, é a apreensão da estruturaçao "chave do [seu] destino moral" e o desempenho insondável de sua verdadeira saída.