La Shoá: Memoria, identidad y trauma en el cine alemán de nuestros días. Ave Fénix (Petzold, 2015)
Resumo
A memória da Shoah acompanhou uma evolução diacrônica de enorme magnitude. Com efeito, a partir da incompreensão e ocultação do acontecimento, no imediato pós-guerra, tornou-se, nos nossos dias, a “religião civil do Ocidente”, segundo Enzo Traverso (2011). Esse devir não está desvinculado do novo regime de historicidade - a forma como uma sociedade se relaciona com a tríade temporal passado, presente e futuro - que afeta a política e a cultura na era da globalização. Durante quatro décadas, com o colapso da ideia de progresso que sustentava a Modernidade, o futuro perdeu a sua prioridade e carácter norteador e o seu lugar passou a ser ocupado pelo passado, mas não por um passado de onde se possam tirar lições úteis. mas sim uma história cheia de genocídios, guerras, violações dos direitos humanos, ou seja, um passado que deve ser lembrado permanentemente para que não se repita. Um passado, necessário, sempre presente que prescreve o dever de memória. A centralidade do passado violento favoreceu a incorporação da categoria do trauma, que, importada do campo da psicanálise e dos fenômenos que influenciam o psiquismo individual, serviu para explicar os atos de violência que atingiram grandes grupos humanos. Desse modo, o evento traumático, a negação, a amnésia, a anamnese e o retorno do reprimido foram incorporados ao campo semântico dos massacres em massa dos séculos XX e XXI, deixando esse potencial explicativo para a história e a memória social. (Rousso, 2015). O evento traumático -individual ou coletivo- afeta a construção da identidade, ultrapassa os conhecidos referenciais necessários à narrativa, rompe as cadeias causais com as quais as pessoas ou grupos elaboram o trauma. A queda do Muro de Berlim, a seguinte reunificação alemã conduziu ao processo de elaboração do passado violento e à construção de uma nova identidade alemã pluralista e democrática, que assume, julga e condena o passado nacional-socialista. Os processos convergentes, anteriormente descritos, as diferentes etapas da memória da Shoah, a elaboração do trauma e a construção de novas identidades de grupo e individuais são representados, entre outras produções audiovisuais, mas de forma paradigmática no filme Ave Fénix, Dirigido por Christian Petzold, (2015), cuja análise fílmica, imagens, discursos, seu contexto histórico, social e cinematográfico serão tratados neste artigo. Baseado no romance do escritor francês Hubert Monteilhet, Le retour des cendres, publicado no início dos anos 1960, Ave Fénix, se passa na Alemanha em 1945 e narra o retorno de um sobrevivente dos campos de concentração nazistas, tema que, segundo o diretor, fora iludido pelo cinema alemão e cuja memória julgou necessário restaurar. A exprisioneira volta do horror, não só com o trauma da experiência extrema que viveu, mas com o rosto desfigurado por um tiro de metralhadora. A busca de uma explicação elusiva, a dificuldade de narrar o acontecido, a reconstrução de sua identidade e de seu rosto constituem a metáfora do trauma coletivo, a tentativa de compreender e elaborar o Holocausto.
Referências
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