O Design de Interiores está encontrando seu caminho como campo disciplinar independiente, talvez mais próximo ao design que à arquitetura mesma, fundamentalmente desde a criação da carreira universitária de grau. Mesmo assim compartilham lógica e análise, gradualmente os mecanismos de pensamento comenzam a despegar-se por trabalhar diferente escala, concepção espacial, precição e até sensibilidade. Esse processo de discociação conceitual precisa de várias estratégias, entre elas o fortalecimento de marcos teóricos próprios. Neste senso, este ensaio procura, através do análise histórico, uma consolidação maior para o surgimento do design do espaço interior como disciplina independente. Por isso, se propõe identificar uma série de componentes próprios que descrevam a evolução do interiorismo na história. Para esta primeira entrega se selecionou o tema dos espaços de culto. Escolheram-se variáveis de estudo como a relação interior-exterior; a funcionalidade e circulações; a morfologia, a dimensão e a escala; os materiais, os revestimentos, a ornamentação, o equipamento e o mobiliário; a luz e a cor; a percepção sensorial; a simbologia e a iconografia, para ser aplicados a uma obra por cada movimento artístico relevante. Esta mirada sobre a configuração plástica e funcional dos espaços interiores ganhará gradualmente, uma lógica, uma metodologia, um corpus de idéias e uma linguagem próprios.