Reflexiones sobre la construcción de la imagen femenina. La voz dormida: de Dulce Chacón a Benito Zambrano
Resumo
A Guerra Civil fraturou indubitavelmente à sociedade espanhola. Uma guerra fratricida que sacudiu desde os alicerces ao povo todo. Todos e cada um dos integrantes da sociedade adotaram uma posição. Mortes, fome e ódio foram os resultados. Os duros anos posteriores estiveram marcados a fogo por uma longa ditadura que estender-se-ia até 1975, ano da morte de Francisco Franco. Como acontece após toda guerra e como em toda ditadura, a história oficial, a dos vencedores, impor-se-ia para construir um relato que mantivesse ao Generalíssimo no poder.
Porém, o que aconteceu com as vozes dos vencidos? Que participação tiveram as mulheres? Nessa senda encaminharam-se os passos da escritora espanhola Dulce Chacón. Após quatro anos de entrevistas ao longo da península ibérica, nascia no ano 2002 a sua novela La voz dormida. Nela conta a história das mulheres vencidas, torturadas, humilhadas e executadas no Cárcere de Mulheres de Ventas, em Madrid. Baseada sobre testemunhos reais, propõe-se lhes devolver a palavra às que foram feitas calar. Desta forma constrói um friso coletivo povoado de convictas e carcereiras que põe a nu as misérias da reclusão da época do primeiro franquismo (Fontana, J. 1986, Tusell, J. 1996).
Propomos-nos neste trabalho analisar a construção da imagem feminina na novela para refletir sobre as linhas de profundidade hermenêutica que articulam o relato e o contexto no qual ele se desenvolve. Analisaremos também a transposição homônima do diretor espanhol Benito Zambrano de 2011. Inquietam-nos as mudanças produto das operações de trasvasamento, não só de uma linguagem para outra, mas também as operações a nível construtivo. Pode um relato de mulheres narrado por uma mulher conservar a sua essência? A feição de um diretor de gênero masculino modifica o olhar que lhe deu vida?
Referências
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