El camino de las heroínas en tiempos de ciencia ficción

  • María Sara Müller
Palavras-chave: cinema ; ficção científica ; mulheres objeto ; estereótipos da ciência ; filmes pressagiosos ; heroínas científicas

Resumo

2020 não foi o nosso melhor ano. Nunca vivemos num estado de quarentena global, nunca vimos os países mais ricos tão vulneráveis, que nunca tememos tão insistentemente pelos nossos entes queridos. Somos confrontados –continuamos nessa batalha – com o COVID-19: o “inimigo invisível”. Da noite para o dia naufragamos num palco de ficção científica. A natureza premundo do vírus (Kim Sung assim, 2013), Contagion (Steven Soderbergh, 2011) e Epidemia (Wolfgang Petersen, 1995) tornaram-se carne. O medo da morte e da doença escapou da “tela de prata” e o mundo mudou para sempre. Foi a ficção científica –independente da história fantástica– que ao longo da história foi alimentada pelo pânico à invasão, à fome, ao contágio, às consequências da atividade nuclear, dos bombardeamentos, das catástrofes inesperadas. Todos os relatos onde a morte já não aguarda “no fim da vida, mas corre por proximidade” (Rodríguez Alzueta, 2020, p.81). À semelhança de outros géneros e subgéneros cinematográficos, encontrou a sua origem na literatura, e vale a pena notar que a primeira obra reconhecida como tal é o romance de Frankenstein escrito por uma mulher (Aldiss, 1973). Com o advento do cinema, a paixão foi imediata. Desde le Voyage dans la Lune (Georges Mélias, 1902) a ficção científica estabeleceu-se no grande ecrã - e menina - e continua a expandir-se e a diversificar. No entanto, é preciso dizer também que a representação da prática científica não tem sido das mais estragadas pelo cinema. O tratamento da tecnociência “parece dotar os roteiristas e diretores de uma certa letra da marca para apresentar, muitas vezes, uma imagem da ciência que não corresponde à realidade” (Moreno Lupiáñez, 2007, p.1). E aí os estereótipos do “alquimista aprendiz de feiticeiro”, do “gênio sem noção”, ou do desfile do “cientista louco, mau e perigoso” (Haynes, 2003). Se esta é a imagem recorrente do homem dedicado à ciência, o que restará para as mulheres em um gênero em que “o masculino” manteve um lugar privilegiado? Cineastas e filmes de todas as idades, começando com Fritz Lang e seu autômato em Metrópolis (1927), passando pelas esposas dos Stepford (Frank Oz, 2004), até mesmo Blade Runner (Ridley Scott, 1982) e muitos outros exemplos, ficaram fascinados por apresentar as mulheres como uma criação científica, como “a fantasia de uma sociedade patriarcal que sonha em submeter as mulheres aos ditames dos homens” (Dos, 2010, p.32). A busca difícil será a dos estudiosos investigativos, precisos e objetivos com protagonismo, onde as descobertas são dadas a partir de seu intelecto, como padrões de soluções matemáticas, físicas, médicas. A mulher como sujeito simbólico e não como objeto. “Durante o século 20, o cinema tornou-se um meio que massificou valores, comportamentos, ideologias e histórias sobre a sociedade urbana e a modernização das culturas, com capacidade de influenciar a configuração do sentimento e do pensamento” (Acosta-Jimenez, 2018, p.52) Com esta premissa em mente e entendendo o cinema como documento, lugar de memória e imaginação coletiva, tentaremos nos aproximar dos diferentes “confins do mundo” que a sétima arte nos ofereceu para dimensionar o lugar da ciência. Heroína de ficção. Porque, afinal, o coronavírus também “nos joga na grande arena em que os grandes debates sociais importam acima de tudo; como pensar a sociedade a partir de agora” (Svampa, 2020, p.18).

Referências

Acosta Jiménez, W. (2018). El cine como objeto de estudio de la historia: apuestas conceptuales y metodológicas. Folios, (47), 51-14.

Aldiss, B. W. (1973). Billion year spree: The true history of science fiction. New York: Doubleday.

Altman, R. (2000). Los géneros cinematográficos. Barcelona: Paidós.

Amadeo, P. (ed.) (2020). Sopa de Wuhan. Pensamiento Contemporáneo en tiempos de pandemias. Buenos Aires: ASPO.

Berardi, F. (2020). Crónica de la psicodeflación. En Amadeo, P. (ed.), Sopa de Wuhan. Pensamiento Contemporáneo en tiempos de pandemias (pp. 35-55). Buenos Aires: ASPO.

Bañuz, C. y Carmona, M. A. (2019). Perfectas para el papel: Representaciones de las mujeres científicas en la ciencia-ficción contemporánea. En Llibre d’actes Congrés Dones, Ciència i Tecnologia (pp.80-92). Barcelona: Omnia Publisher SL.

Bilbao, B. (2020). Nuevo hábitat. En Svampa et. al, La Fiebre (pp. 187-199). Argentina: ASPO.

Cambra Badii, I. (2018). Pensar el cine. La narrativa de películas y series como matriz metodológica para el tratamiento de problemas complejos. PROMETEICA - Revista de Filosofía y Ciencias, (17), 62-76.

Christidou, V. (2011). Interest, attitudes and images related to science: Combining students’ voices with the voices of school Science, teachers, and popular science. International Journal of Environmental & Science Education, 6(2), 141-159.

Coustal, L. (2020). Ciencia ficción y las grandes epidemias. Chicago Tribune. Disponible en https://www.chicagotribune.com/espanol/sns-es-ciencia-ficcion-premonitoria-grandes-pandemias-coronavirus-20200504-g5bf7yupgrbgxf4442qm3tweri-story.html Fecha de consulta 10/01/2021.

Cruzado Rodríguez, A. (2009). Mujeres de cine: discurso patriarcal y discurso feminista de los textos a las pantallas. (Tesis doctoral) Universidad de Sevilla. Sevilla, España.

Del Molino García, R. (2003). El Discurso Del Miedo Apocalíptico y Sus Representaciones Cinematográficas Durante La Guerra Fría. Comunicación y Ciudadanía, (6), 6-15.

Dos, M. (2010). Almas de metal: la mujer como creación científica en el cine. Dossiers feministes, (14), 20-33.

Freixas, R. y Bassa, J. (1993). El cine de ciencia ficción. Barcelona: Paidós.

Follari, R., Canelo, A., Vera, P., Sztulwark, D.; Palermo, V. A.; González, H. (2020). El futuro después del COVID-19. Argentina: Jefatura de Gabinete de Ministros.

Gómez González, S. (2019). De Ellen Ripley a Capitana Marvel: análisis del papel de la mujer en el cine de ciencia ficción. (Tesis de grado). Universidad de Sevilla. Sevilla, España.

Gilks, M. y Allen, M. (2003). The Subgenres of Science Fiction. Writing world. Disponible en https://www.writing-world.com/sf/sf.shtml Fecha de consulta: 24/01/2021

Han, B. (2020). La emergencia viral y el mundo de mañana. En Amadeo, P. (ed.), Sopa de Wuhan. Pensamiento Contemporáneo en tiempos de pandemias (pp. 97-113). Buenos Aires: ASPO.

Haynes, R. (2003). From alchemy to artificial intelligence: stereotypes of the scientist in Western literatura. Public Understand. Sci, (12), 243–253.

Javier, F. (2017). Para que no me olvide. Disponible en http://paraquenomeolvide2.blogspot.com/2017/12/andromeda-y-su-amenaza.html Fecha de consulta: 24/12/2021

Jermyn, D. (2005). The Rachael Papers: In Search of Blade Runner’s Femme Fatale. En Brooker, W. (ed.), The Blade Runner Experience, (pp. 159-173). London: Wallflower.

Levin, L. y Kreimer, P. (2012). Las dimensiones sociales de la ciencia en el cine. Ciencias 106-106, (enero junio 2012), 130-139.

López, M. P. (2020). La vida en cuestión. En Svampa et. al, La Fiebre (pp. 69-79). Argentina: ASPO.

Méndez, L. (2020). No volvamos a la normalidad. En Svampa et. al, La Fiebre (pp. 243-253). Argentina: ASPO.

Menéndez, A. y Medina, R. (2011). Cine, Historia y Medicina. En A. Casado da Rocha y W. Astudillo (ed.), Cine y medicina en el final de la vida (pp. 56-67). San Sebastián: Sociedad Vasca de Cuidados Paliativos.

Merás, L. (2013). Replicantes o sumisas: El cyborg femenino desde Blade Runner. Sesión no numerada: Revista de letras y ficción audiovisual, (4), 7-33.

Monroy, N. (2008). Cine y literatura de ciencia ficción, perspectivas teóricas. (Tesis doctoral). Universitat Autónoma de Barcelona, Barcelona, España.

Moreno Lupiañez, M. (2003). Cine y Ciencia. Quark: Ciencia, medicina, comunicación y cultura, (28), 102-111.

Olagüe, R. (2018). Análisis audiovisual de las masculinidades del cine de ciencia ficción de masas. (Tesis de grado). Universidad pública de Navarra, Pamplona, España.

Pasquinelli, L. (2020). Lo local es político. En Svampa et. al, La fiebre (pp.169-187). Buenos Aires: ASPO.

Pedraza, P. (2001). La amante mecánica (Vanguardia y máquina). Trama y fondo: revista de cultura, (11). Pedraza, P. (2009).El regreso de la mujer muerta. Dossiers Feministes, (13), 45-50.

Rodríguez Alzueta, E. (2020). Las trampas de la unidad. En Svampa et. al, La fiebre (pp.79- 89). Buenos Aires: ASPO.

Svampa, M. (2020). Reflexiones para un mundo post-coronavirus. En Svampa et. al, La Fiebre (pp.17-39). Argentina: ASPO. Svampa, M., Cragnolini, M., Ribeiro, S., Aizen M., López, M. P., Rodríguez Alzueta e.,…

Petruccelli, A. (2020). La Fiebre. Buenos Aires: ASPO. Tabernero Holgado, C. y Perdiguero-Gil, E. (2011). El cine y las dimensiones colectivas de la enfermedad. Rev Med Cine, 7(2), 44-53.

Valderato, S. (2020). El virus es el mensaje. En Follari et. al, El futuro después del COVID-19 (pp. 151-156). Argentina: Jefatura de Gabinete de Ministros.

Publicado
2021-09-06
Como Citar
Müller, M. S. (2021). El camino de las heroínas en tiempos de ciencia ficción. Cuadernos Del Centro De Estudios De Diseño Y Comunicación, (142). https://doi.org/10.18682/cdc.vi142.5122

##plugins.generic.recommendByAuthor.heading##